sábado, 17 de outubro de 2009

Destinando

Era dada a grandes mentiras. Entre a verdade insignificante e a mentira que enchia os olhos, ficava com a mentira. Era uma sonhadora.

Contava as horas para chegar aquele que ela elegera para roubar seu coração. Ele vinha, passava, voltava de onde surgiu, e nada. Ela tinha picos de emoção: na chegada alegria intensa, na passagem a agonia da falta de movimento, e na despedida era o misto de dor, esperança e compreensão.

Um dia acordou decidida. Iria até ele e falaria tudo que tinha para falar. Palavras despejadas parecem mais fáceis, uma vai no embalo da outra. Então, era só uma questão de escolher a primeira palavra. Mas como começar? E se falasse mais do que devia? Melhor nem começar.

Quem sabe um olhar? Um olhar e ele entenderia tudo que ela sentia e queria. Mas depois de tantos olhares escondidos será que ela conseguiria encarar ele? Melhor nem tentar.

E o livrinho de São Cipriano da sua avó? Alguma "magia" tinha que funcionar! Mas uns versinhos ditos e algumas coisas misturados iam trazer o seu amado? Será?

Decidiu não decidir. Era melhor assim, imagina se a culpa fosse dela por perder alguém tão querido. Então colocou a decisão nas mãos do destino. Enquanto via ele se aproximar, pensou consigo: " Se a sinaleira abrir eu pego o livrinho de São Cipriano, se mais de 5 carros passarem eu encaro ele, e se aquele vendedor de algodão doce vender algo para alguém, eu falo com ele."

A sinaleira abriu, mas isso ela sabia que abriria. Mais de cinco carros passaram, já haviam 4 parados no sinal, e a julgar pelo movimento mais um carro havia de passar. Tudo isso não era decisão do destino, era mais uma tentativa de motivação para fazer o que queria sem reclamar das consêquencias. No entanto o destino cabia a uma pessoa que estava tentando ganhar seu sustento. O vendedor de algodão doce era a incógnita. Ele foi parado por uma criança, que do nada surgiu, e levou um algodão doce verde.

Aquela bola de açúcar verde levou embora toda a esperança de adiar o momento da conversa. Então, ela respirou fundo, como se o ar fosse capaz de fazer mais do que lhe permitir a respiração. Foi em direção a ele, com passos curtos porém rápidos deixando os sonhos, e indo atrás das verdades.

4 comentários:

Respira, disse...

E ai, e ai? O grande final?

I disse...

Gata, tipo, acabou. uihaisuahuis
O que importa não é o que aconteceu entre ele e ela, mas sim a transição que ela fez. Entre sonhos e realidade. Mas posso pensar em um final. =D Aqui é q nem novela da globo, o povo palpita e a gente escreve. aiuhiuahsiuah

Respira, disse...

Atualizações, por favor.

Como fica minha leitura vespertina sem seu blog?

Unknown disse...

Nossaa que lindoo...se baseou em mim hihihihihiihi
Tb fiquei curiosa com o final!!! =D
Kisses