Entre Ituporanga e Lages um coração em pânico.

(Foto da estrada. Já é de tempos mas é a luminosidade mais parecida que estava na ocasião. E para justificar meu pânico: a estrada é praticamente inabitada.)
Na volta para casa, depois de subir a serra e andar uns quilômetros a mais, o carro começou a trepidar. Encostei o carro e fui ter a mais terrível das constatações: o pneu estava furado! O dianteiro direito, estava morto.
Eu fiquei paralisada por uns 2 minutos, gelei por completo, e após passar um filme de coisas horríveis na minha cabeça meu coração pulou mais rápido do que nunca! Xinguei mentalmente papai por não ter me ensinado a trocar um pneu pois preferia ficar no MSN. Ia xingar deus, mas pensei: "Vai que nos próximos instantes preciso de um milagre!"
Tranquei o carro, deixei o pisca ligado, sinalizei, e corri.
Sim eu corri. Para o lado em que a casa mais perto, que estava bem longe, se localizava. Celular, nem rezando. Então corri, e do nada parei e começei a correr para o outro lado. Sem motivos. Apenas mudei a direção. Passei pelo carro novamente e depois de duas curvas escutei o som da esperança! Um carro! E de família! Pedi por ajuda e o senhor que dirigia gentilmente disse que me ajudaria a trocar o pneu.
Eu nunca havia presenciado a troca de um pneu. Enquanto o cara trocava o pneu, a esposa dela me pergunta:
-Você sempre faz esse trajeto sozinha?
-Uma ou duas vezes por mês sim.
-Eu também fazia esse trajeto sozinha quando eu era solteira. Mas eu sabia TROCAR UM PNEU.
Depois dessa eu sorri. E pensei: Ok, vou me casar! hahaha
Quando o step já estava no lugar e só faltava por os parafusos, o cara olha para mim e pergunta:
-Você tem os parafusos originais?
-Que parafusos originais?
-É que você trocou as rodas e eu não sei se esse parafuso vão segurar essa.
-Eu com certeza não tenho os parafusos originais. (Pela minha cabeça passou a vaga lembrança de onde o pai os colocou: em casa, na cozinha, nada útil.)
No fim da história ele colocou os parafusos e conseguiu aperta-los até que deu um barulho que ele disse que era bom. Ele me recomendou andar devagar e levar a chave (é uma chave aquilo?) já dentro do carro e se sentisse o carro diferente parar e torcer os parafusos.
Agradeci imensamente pela ajuda, e fui devagar para casa.
Quando subi um morro e meu celular deu sinal de vida, papai me liga super brabo:
-Onde é que você esta?
-Eu tô na estrada... (eu ia completar: de chão)
-É óbvio que você tá na estrada- ele tava gritando super grosso- quero saber onde você esta!
-Eu tô na estrada de chão! (a partir daqui o diálogo é todo na base de gritos.)
-Ainda??????????? Como??????????!!!!!
-FUROU A PORRA DO PNEU! Mas um cara trocou para mim e eu tô indo devagar para casa!
-Ahhh bom filha!- agora papi era a criatura mais doce da face da terra!- Vai devagar e quando estiver no asfalto me liga! Beijão.
Agora já me sinto apta a trocar um pneu em uma emergência*! E as flechinhas que tem para pôr o macaco? Foi a grande descoberta!
*Emergência= nenhum tipo de ajuda aparecer.

4 comentários:
Gata, tipo, espero que eu não tenha sido xingada mentalmente tb. rs
Achei o texto ótimo, mas vc deveria ter explicado no começo que a estrada era de chão e região praticamente inabitada... em linhas gerais, só para que o leitor (supondo que mais alguém leia esse blog - rs) entendesse o pq do pânico.
E tem uma parte ali, q faltou ponto de interrogação.
Que mulher irônica aquela.
É, tá, vc falou estrada de chão... mas coloque inabitado...rs
Ai, não coloca nada não, eu to chata e sem animo para contar a minha história da semana: "uma aranha (tipo caranguejeira) no banheiro!"
=)
Gata, coloquei o inabitado, para quando nós ficarmos velhas e com memória frágil, ao lermos, lembrar deste detalhe! aihsiuahsihasoiaihs
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